sábado, 27 de agosto de 2011

Agente de Redução de danos

O que é ser um agente de redução de danos?

O agente de redução de danos é o profissional da área da saúde e do bem-estar ligado a programas governamentais e a ONGs, que trabalha com a conscientização da população, na tentativa de reduzir os riscos e danos causados pelo excesso do álcool, de drogas e pela falta de informação. Esse profissional desenvolve atividades de sensibilização, conscientização, orientação e acompanhamento de usuários de álcool, fumo e outras drogas, orienta a população sobre o uso de contraceptivos, sobre o sexo seguro e sobre o vírus HIV, entre outras funções. É de responsabilidade do agente de redução de danos distribuir materiais de higiene como seringas e agulhas descartáveis, distribuir contraceptivos, organizar palestras e debates sobre problemas comuns á região onde atua, elaborar métodos para que a informação chegue aos usuários de drogas, conscientizar a população sobre os riscos de misturar a bebida com direção, etc. Esses agentes são convocados e contratados na ocasião da implementação de projetos governamentais com esse fim, geralmente em épocas festivas ou em comunidades mais carentes ou locais de difícil acesso à saúde pública.

Quais as características dsejáveis para ser um agente de redução de danos?

Para ser um agente de redução de danos é necessário que o profissional tenha gosto por ajudar as pessoas e que goste também de lidar com elas. Outras características desejáveis são:
  • responsabilidade
  • dinamismo
  • metodologia
  • facilidade de comunicação
  • persistência
  • sensibilidade
  • paciência
  • interesse na redução de riscos físico-psicológicos entre a população
  • equilíbrio emocional
  • discrição
  • agilidade
  • raciocínio rápido
  • facilidade de lidar com novas realidades

Qual a formação necessária para ser um agente de redução de danos?

Por ser um cargo público, a formação necessária para ser um agente de redução de danos é a exigida no edital do concurso. Geralmente, é requisitado que o profissional tenha ensino fundamental ou médio completo e que, depois de aprovado, participe do curso de formação de agentes de redução de danos, oferecido pela administração do programa social. Também é comum que o profissional atue na área onde mora, pois assim tem facilidade de acesso ás famílias e à comunidade e mais liberdade de organização de eventos e palestras.

Principais atividades

  • estudar a área na qual atuará, quais os problemas mais comuns, as necessidades da comunidade, as dificuldades que encontrará, etc
  • em cima das informações colhidas, elaborar, junto com uma equipe de agentes e até mesmo com profissionais da saúde e da assistência social, um projeto de redução de danos específico para a região estudada
  • realizar o trabalho na comunidade, entrando em contato com os moradores, conversando com as famílias, explicando a importância do trabalho de redução de danos, da prevenção, auxiliando o acesso aos sistemas de saúde, etc
  • elaborar e promover palestras e debates informativos sobre os temas e problemas que mais atingem a região, segundo o estudo realizado
  • realizar trabalho de distribuição de contraceptivos, palestras informativas sobre os tipos de proteção existentes e sobre sua importância e seu uso
  • elaborar métodos para alcançar o usuário de drogas, seja indo até ele, nos pontos de uso e venda, ou alcançando a família e assim a esterilização de objetos perfurantes e de uso coletivo, etc
  • realizar trabalho junto à portadores de HIV e à grupos de risco, difundindo informações sobre o vírus, sobre cuidados que devem ser tomados e exames que precisam ser feitos
  • encaminhar soropositivos e possíveis portadores à centros de saúde especializados, conversar e informar suas famílias sobre a doença, sobre o cotidiano de portadores e sobre como uma pessoa pode conviver com o vírus, tomando cuidados necessários, realizando exames e tomando remédios ou não, sem maiores problemas

Áreas de atuação e especialidades

O agente de redução de danos, na maioria das vezes, atua na área onde mora, pois desse modo, consegue maior acesso á comunidade e aos moradores. O objetivo desse profissional junto á dependentes químicos, inicialmente, não é o de desintoxicação, e sim a redução de riscos, ou seja, promover uma administração mais segura do uso da droga e, gradativamente, fazer com que ele substitua a droga usada por uma menos danosa. A principal função desse profissional junto às comunidades é a informação, além da importante distribuição de contraceptivos.

Mercado de trabalho

O cargo de agente de redução de danos é um cargo público, de contratação por meio de concurso, portanto, é o edital da seleção é lançado na ocasião da implementação de programas governamentais sociais de redução de danos. Tais programas, geralmente, são lançados em épocas festivas como o carnaval ou feriados, ou é voltado a comunidades de baixa renda e de pouco acesso aos sistemas públicos de saúde. Também há a opção do agente ser contratado por Organizações Não-Governamentais (ONGs), e nesse caso, sua contratação também depende de ações sociais que serão realizadas.

Curiosidades

"Redução de danos é uma política social que tem como objetivo prioritário minorar os efeitos negativos decorrentes do uso de drogas (Newcombe, 1992). É uma prática que tem como objetivo reduzir as conseqüências adversas decorrentes do consumo de drogas lícitas e ilícitas, mas que, recentemente, ganhou maior ressonância pelo seu emprego no que diz respeito aos usuários de drogas ilícitas. A redução dos danos decorrentes do uso de drogas tem origem no Relatório Rolleston, de 1926, que concluía que a manutenção de usuários por meio do emprego de opiáceos é o tratamento mais adequado para determinados usuários.
Antes do aparecimento da AIDS, apesar dos graves problemas associados ao uso indevido de drogas (principalmente em relação ao uso pela via endovenosa), a preocupação principal dos profissionais da área estava dirigida ao problema da dependência, e não às doenças infecciosas e/ou contagiosas associadas a essa prática (Stimson, 1990). Tanto leis (que em geral puniam o uso) quanto modelos de tratamento eram orientados essencialmente à prevenção ou à "cura" do uso de drogas.
Com o aparecimento da AIDS, nova rede conceitual se desenvolveu em relação ao uso de drogas. Um problema médico (a contaminação pelo vírus da AIDS - o HIV) associado a um comportamento específico, o compartilhamento de seringas e agulhas, tornou-se o foco das atenções, em lugar do problema da dependência.
Como a transmissão do vírus ocorre somente em função do compartilhamento do equipamento de injeção e não por simples uso da droga, é possível evitar o contágio do HIV sem que haja obrigatoriamente a interrupção desse uso. A partir de então, para muitos, por causa desta necessidade urgente de se prevenir a infecção pelo HIV entre UDIs (usuários de drogas injetáveis), surge um movimento de prevenção chamado de "redução de danos", cuja a idéia central poderia ser descrita assim: "Não sendo sempre possível interromper o uso de drogas, que ao menos se tente minimizar o dano ao usuário e à sociedade".
Redução do risco ou redução do dano são termos freqüentemente usados como sinônimos. O risco se relaciona à possibilidade de que um evento possa ocorrer, o dano deve ser visto como a ocorrência do próprio evento. Desse enfoque, evitar o dano seria uma atitude mais pragmática do que evitar o risco (nem sempre ocorre necessariamente um dano, em uma situação onde há risco). "

Nenhum comentário:

Postar um comentário